O sistema de triagem denominado protocolo de Manchester é
uma metodologia científica que confere classificação de risco para os pacientes
que buscam atendimento em uma unidade de pronto atendimento. O objetivo é
ordenar o atendimento quanto à emergência. Desta forma, de acordo com a
gravidade, o paciente saberá o tempo de espera para o seu atendimento. O
sistema afere o atendimento em até cinco cores, sendo vermelho para atendimento
emergente, com risco eminente de morte a exemplo de estado de coma, queimaduras
graves, parada cardiorrespiratória; a cor laranja, sendo muito urgente,
definido em casos como dor torácica intensa, arritmias cardíacas e hemorragias;
a cor amarela, sendo urgente, em casos que não constate risco de morte, mas
precisam de atendimento prioritário, a exemplos de pessoas com febre alta e
alterações dos sinais vitais; a cor verde, para casos com pouca urgência, que
podem aguardar pelo atendimento, como vômitos e diarreia sem sinais de
desidratação; e a cor azul, sendo usada para casos simples, sem necessidade de
urgência alguma, e que podem ser atendidos em consultório médico.
O que determina a “cor do problema” é um pré-atendimento normalmente
realizado pelo serviço de enfermagem de acordo com seus sintomas/queixas.
Porém, nem sempre este pré-atendimento é imediato, o que aumenta
consideravelmente o tempo de espera.
Recentemente estive com meu filho no PA de João Monlevade
e pude constatar esta situação bem de perto. Várias pessoas aguardavam há horas
pela avaliação preliminar. E os próprios funcionários ao verem que algumas
situações necessitavam de atendimento imediato se viam obrigados a encaminhar
os pacientes para o atendimento sem a triagem.
É sabido que várias instituições
de saúde Brasil a fora já utilizam o protocolo de Manchester; também é sabido
que o sucesso deste dispositivo depende de profissionais habilitados por meio
de treinamento, além de auditorias periódicas para avaliação do sistema de
triagem.
Concluindo, temos ciência que o sistema
de triagem no PA de João Monlevade é recente, mas é preciso que a Secretaria de
Saúde esteja atenta à qualidade dos serviços, e se for o caso, aumente o número
de profissionais para o atendimento na triagem, afinal, o que o paciente
normalmente não tem quando procura por atendimento nas unidades de saúde é
paciência!