terça-feira, 1 de outubro de 2013

Nossa sociedade realmente se importa com o idoso?

Hipocrisia à parte, não é de hoje que observo o comportamento de nossa sociedade em relação ao idoso. Na verdade o problema começa no berço, no seio familiar, onde os idosos são, na grande maioria, colocados de lado, assim como um “eletrodoméstico” que teve sua vida útil, porém ficou fora de moda, ultrapassado, devendo ser encostado, ainda que funcione.
Deprecia-se, critica-se o idoso ao ponto dos mesmos se verem com um estorvo para sociedade. Muitos idosos buscam o isolamento nas casas de repouso por não se sentirem queridos no seio familiar e na sociedade.

Nas rodas de conversas, nunca há espaço para o idoso e ainda que alguém educadamente o convide para relatar suas experiências e opiniões é visível a falta de paciência entre os ouvintes, que saem um a um, sem ouvi-lo falar.

Estima-se que, em todo o mundo, cerca de 1 milhão de pessoas cruzem a barreira dos 60 anos de idade por mês. Em 2050, deverão existir 2 bilhões de idosos, mais da metade deles vivendo em países como o Brasil. Porém, o que esperar de uma sociedade que vive a cultura do belo, em que a valorização recai sobre a juventude com sua potência e vigor?

O ECA (Estatuto das Crianças e dos Adolescentes) que a meu ver, mais serviu para proteger o jovem delinquente contra pais e professores, é muito mais cobrado que o Estatuto do Idoso, que completa 10 anos, tendo vários direitos somente no papel.
Por exemplo, a questão das filas e do transporte coletivo; a fila preferencial é a mais lenta, pois normalmente conta somente com um funcionário (e nem sempre o mais eficiente) para atender. No ônibus, faltam assentos e segurança para o transporte dos idosos.  Sem contar que, muitos idosos também utilizam da fila preferencial e a passagem gratuita nos coletivos, para pagarem contas de seus familiares e ou de empresários, que os usam como office-boys!

Enfim, o idoso passou a ter uma participação mais ativa na sociedade, mas a população não se preparou para lidar com a velhice. É preciso que a sociedade entenda que os idosos fazem parte da sociedade e têm o seu direito constitucional garantido, merecendo, por conseguinte respeito e valorização.