quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Na política não existe amizades, existe conveniências.

Ingênuos são os que pensam que existe amizade sincera no mundo da política. Logicamente toda a regra tem lá suas exceções, mas ainda assim, os últimos acontecimentos acabaram por me convencer, se ainda tivesse dúvidas, de que, em política, os valores agregados à amizade ocupam o terceiro plano. No geral, ninguém é verdadeiramente amigo de  ninguém, a não ser que lhe convenha.
A amizade no meio político é sempre circunstancial e temporária, motivada por interesses, ou seja, funciona como um cata-vento, mudando de direção conforme as correntes de ar. E para tal tudo é válido, incluindo a mentira, a falsidade, a deslealdade, a traição. Os amigos são temporários, descartáveis, se já não são convenientes.
Para constatarmos este feito, basta tão somente olhar para os lados! Não se admire ao deparar com alguém falando mal de quem sempre apoiou, defendeu ao ponto de colocar em risco amizades verdadeiras, relacionamentos familiares e até profissionais. Certamente ele deve ter sido substituído por outro mais útil!
O fato é que a atmosfera do poder, se não torna a amizade impossível, por certo cria climas muito desagradáveis. Amigos exigem muito (atenção, consideração, compreensão) e tais expectativas são perfeitamente justas e adequadas, no contexto social, mas no contexto política que, em sua lógica própria não as reconhece, tornam-se politicamente onerosas.
Por estas razões, amigos de quem detém o poder estão sempre "à beira da decepção", sempre na iminência do rompimento da amizade.
É que na lógica da política, após uma eleição, o gestor público, passa a ser o governante de todos: dos que o apoiaram e dos que se opuseram. Com essa autoridade, pode convidar ex-adversários para integrar sua administração. Afinal, a adesão de um adversário sempre significa um enfraquecimento do bloco de oposição, senão quantitativo, por certo qualitativo. Aos olhos do povo, o apoio de um adversário, valerá muito mais do que o mesmo apoio de um aliado fiel.
Sem contar que os novos amigos serão infinitamente mais pacientes e compreensivos que os antigos amigos. Diferentemente destes, os inimigos não podem se dar ao luxo de ficar “à beira da decepção”.
Concluindo no mundo da política, inimigos são mais úteis que os amigos.

Um comentário:

Edu disse...

Ja até acreditei na amizade política sincera, logo a gente acaba vendo que até inimigos apertam as mãos. Então agora eu vejo de um jeito mais claro, na política a regra fica sendo, amigos só enquanto for conveniente.

Postar um comentário

Respeite a opinião dos outros leitores. Comentários com "palavrões", que denigrem a imagem das pessoas, ou de cunho religioso não serão aceitos. Todos os comentários postados neste blog são de responsabilidade dos internautas e poderão ser postados em matérias. Ao fazer um comentário, você concorda e aceita as regras acima.