quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Jogo de empurra entre Hospital margarida e PA deveria ser caso de Ministério Público!

Retrato do excesso de burocrácia e  má administração.  
Aliás, já passou da hora do Ministério público intervir nesta barbárie promovida pela burocracia instituída entre PA e Hospital Margarida. Ambos lidam com seres humanos, porém os tratam com muito descaso, desrespeito e omissão de socorro.
A falta de unificação entre os postos de atendimento de saúde em Monlevade é responsável por uma espécie de leilão de pacientes, onde prevalece a lei do dinheiro. De um lado o Hospital Margarida que só atende ao sistema público de saúde nas urgências e emergências, do outro um PA sucateado, sem garantia de atendimento e no meio, os pacientes, que são jogados de um lado para o outro como se fossem mercadorias, peregrinando entre um e outro.

Ontem, meu filho apresentou um quadro de apendicite. Precavidamente, liguei para o PA para saber da existência de um Pediatra. Diante da situação a atendente orientou-me a seguir direto ao Pronto Atendimento do Margarida para que o mesmo fosse submetido a uma triagem (situação onde os profissionais de saúde tem que escolher qual o paciente que irá ser atendido em primeiro lugar).
Ao chegar ao Hospital Margarida meu filho passou pela triagem no posto de atendimento, mas fui alertada pela enfermeira da possibilidade de ter que retornar ao PA para que o Pediatra plantonista do PA pudesse dar continuidade ao procedimento.

Naquele momento questionei a enfermeira duas situações: A primeira, da existência de um plantonista no Hospital Margarida, e a resposta afirmativa da enfermeira é que o Pediatra Dr. Rosenir estava de plantão. E a segunda era a existência de um pediatra no PA, a resposta foi enfática: “Acabei de ligar para lá, o PA tem Pediatra, o médico daqui não pode atender, você tem que ir para lá”!  
O curioso de tudo é que quando cheguei ao PA não havia Pediatra! O mesmo estaria vindo de Itabira para atender às crianças que aguardavam por atendimento pela tarde toda e dentre elas, uma criança desidratada com guia de internação expedida por um médico.

Indignada com a situação comecei a abordar vários pacientes e pasmem: Este jogo de empurra-empurra já vem acontecendo há muito tempo! Os pacientes são tratados como se tivessem um sistema de teletransporte que os levassem de um local para outro num passe de mágica!  E nesta premissa, pouco importa se há alguém necessitando de um socorro, o que vale é a determinação dos superiores: “O Hospital parece estar em guerra com PA! A gente chega lá porque aqui não tem médico e eles (funcionários do Hospital) mandam a gente voltar para cá, como se tivéssemos muito dinheiro para pagarmos passagem! Onde eu moro, lá no Bairro Santa Cecília, o posto não funciona, nunca tem médico e somos tratados como cachorro”, declarou uma mãe que aguardava há mais de 5 horas por um pediatra.
Segundo uma funcionária da Secretaria de Saúde, que preferiu não ser identificada por temer represálias, médicos e enfermeiras que atuam no PA estariam negligenciando atendimentos: “Pode escrever aí mesmo, porque é um absurdo o que eles fazem com a população! Nem polícia resolve mais! Médicos e enfermeiras ficam aqui dentro, andando de um lado para o outro sem fazer nada, enquanto a sala de espera está lotada de pessoas aguardando pelo atendimento, eles podem até me demitir , mas não vou me calar ! Estou aqui há mais de 3 horas aguardando por atendimento e ninguém faz nada”, disparou.

Resumindo, o que vale no atendimento à saúde é a Lei do Dinheiro! Tem dinheiro para pagar plano de saúde ou particular? Então as suas chances de ser atendido são grandes!
Não tem? Prepara-se para uma maratona de peregrinação entre um atendimento e outro! Morreu? Que pena! Você é apenas um dado estatístico! Isto é Monlevade, isto é o Brasil!

 

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