quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Lei Maria da Penha e estupro em Monlevade


Eliana Piola durante Audiência Pública sobre
violência contra mulher
Ontem, 7 de agosto a Lei Maria da Penha completou sete anos.  A Ministra Eleonora Menicucci, destacou a importância da denúncia para a efetividade da lei e a punição aos agressores que cometem violência contra as mulheres. “Se as mulheres não denunciarem, não existe crime. Como podemos acabar com a impunidade sem a denúncia? Quero aqui chamar as mulheres para denunciar a violência contra qualquer mulher, criança ou adolescente”, disse a ministra.

Na manhã de hoje, lendo a matéria sobre o estupro de uma jovem no Bairro Loanda, publicada no jornal Bom Dia, penso que os questionamentos da Ministra adaptados à realidade de João Monlevade o deveriam ter um foco diferente: Para quem denunciar a agressão? Qual órgão está devidamente capacitado para receber a denúncia e dar o atendimento necessário à vítima?

Foi realizada recentemente uma audiência pública sobre a “Violência contra Mulher”, com o objetivo de fazer funcionar a Rede de Atendimento à mulher vítima de violência, onde a responsável pela audiência, Eliana Piola da Coordenadoria Estadual de Políticas Publicas para a Mulher, destacou a importância da implementação do serviço no município.

De lá para cá nada mudou! Não houve avanços. O Conselho da Mulher de João Monlevade vem numa tentativa frustrada, tentando reunir todos os atores do atendimento à rede como: Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), Centros de Referência de Atendimento à Mulher, CRAS (Centros de Referência da Assistência Social), Defensoria Pública, representantes dos Serviços de Saúde Especializados para o Atendimento dos Casos de Violência Contra a Mulher dentre outros. Porém, a maioria não comparece, não envia representante, nem documentos que apontem a demanda do município em relação à pauta.

O descaso da Defensoria Pública é o mais grave, porque, nem na Audiência Pública houve a preocupação de enviar representantes para responder possíveis questionamentos. 

João Monlevade precisa urgentemente tratar a questão da violência contra a mulher com a responsabilidade que o assunto necessita. E, sem articular a rede de proteção à mulher de forma que o município tenha condições de potencializar e fomentar ações que acelerem a implementação de importantes políticas públicas nesta área, certamente as mulheres continuarão à mercê da sorte!

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