"Junto com o pagamento do frete dele
vinha uma cartela de rebite (anfetamina usada como estimulante por motoristas
para inibir o sono)... O meu cunhado chegava a dar cinco viagens, enquanto os
outros davam três... Quando ele parava, dormia dois dias seguidos”, ouvi isto
hoje de um conhecido meu que lia a manchete do Bom Dia falando sobre o acidente
que ocorreu na BR 262, próximo ao Prata. Que por sinal, assemelha-se com aquele
que ocorreu em São
Paulo há aproximadamente uma semana atrás, onde uma carreta
atropelou seis trabalhadores que faziam o recapeamento da pista norte da
rodovia Anhanguera, no km 303, em Ribeirão Preto, onde cinco morreram no
local:http://eptv.globo.com/ribeiraopreto/noticias/NOT,2,2,369655,Motorista+admite+uso+de+rebite+e+e+preso+apos+cinco+mortes+Ribeirao+Preto.aspx
Não sei se o motorista da Cegonheira estava
sob efeito da droga, como o caso citado, mas uma coisa é certa: a pressão dos donos de transportadoras sobre os caminhoneiros. O Brasil tem milhões de caminhoneiros, e um terço
deles pegam a estrada todos os dias tendo às mãos mais de 40 toneladas. Levam
na carroceria 6% do Produto Interno Bruto do país, mas deixam no asfalto as
marcas de uma tragédia expressa em números. Muitos dirigem sob efeito de
drogas lícitas ou ilícitas, recurso cada vez mais usado para fazer render a
viagem para compensar o baixo preço do frete e o exíguo prazo de entrega. Como
trecho é longo e o tempo escasso, eles acabam apelando para o rebite. Gostaria muito de saber se , aquele projeto de lei 2.660/96, do
Executivo, que institui, para motoristas de caminhões e ônibus, o descanso
mínimo de meia hora após cada quatro horas ao volante , já saiu do papel...
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