sábado, 12 de maio de 2012

Ser mãe é carregar o Brasil nas costas...

A colunista Rosana Félix conseguiu traduzir fielmente o papel que as mães têm representado em relação às políticas públicas do Brasil, portanto faço minhas as palavras dela:

 Ser mãe é padecer no paraíso? Muita gente não concorda nem um pouco com esse dito popular, então aqui vai outro, que se enquadra muito melhor ao momento pelo qual o Brasil está passando. Ser mãe é executar os programas do governo. É isso mesmo. As mulheres, chefes de família, são uma peça importantíssima na execução de várias políticas públicas federais.

No programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, o registro do imóvel é feito preferencialmente em nome da mulher. O atendimento a famílias em que a mulher seja a responsável também é prioridade. Isso está previsto na lei que regulamenta o programa. Com certeza há quem veja nisso um sinal de discriminação contra os homens, mas os estudos de gênero estão aí para rebater isso. De forma geral, dá para afirmar que essa preferência acaba trazendo benefícios para o país.

A preferência feminina ajuda a minimizar um problema social. Cada vez mais, as famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. Em 2001, esse porcentual correspondia a 28,4%. Pulou para 35,17% em 2009, segundo o IBGE. Então, se o título da casa financiada fica no nome da mulher, é para proteger toda a família, as crianças, e não apenas ela. Essa política é ainda mais importante ao constatarmos que as mulheres são discriminadas no mercado de trabalho e recebem, em média, menos que os homens.

Além de ser responsável financeiramente pela casa, a mãe brasileira continua a principal responsável pelas atividades domésticas. O IBGE informa que o tempo médio que as mulheres gastam em afazeres domésticos é mais do que o dobro da média de horas gastas pelos homens.

Em geral, a mulher ocupa 26,6 horas da semana com atividades domésticas. Os homens despendem 10,5 horas. Considerando apenas as pessos ocupadas, o tempo médio cai para 22 e 9,5, respectivamente.

Se dedicar às atividades domésticas significa se preocupar mais com o dia a dia dos filhos. Por isso é que o Bolsa Família também é pago prioritariamente para as mulheres. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS), elas são as titulares do benefício em 93% das 13,3 milhões famílias atendidas pelo programa.

Para a família receber o benefício, é obrigatório que os alunos de até 15 anos frequentem pelo menos 85% das aulas. Os jovens de 16 e 17 anos devem comprovar a frequência em até 75% na escola. Também é exigida a imunização das crianças com até 6 anos de idade e que as mulheres grávidas ou que estejam amamentando façam acompanhamento médico regular. Questões que, normalmente, pela tradição e cultura brasileira, são as mulheres que acompanham.

Há sinais positivos de que a transferência de renda (tão criticada, mas ainda necessária no nosso contexto social) está funcionando. Com base em dados do IBGE, pesquisadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) descobriram que as crianças estão assistindo mais aulas. Em 2007, a frequência escolar das crianças de 6 a 16 anos de idade beneficiárias do Bolsa Família era de 94,6%. Se o programa não existisse, a frequência seria de 91,6%. Ou seja: a exigência para o pagamento do benefício aumentou três pontos porcentuais.

Obstáculos

As mães querem o melhor para seus filhos, mas muitas vezes as famílias carentes não têm orientação adequada para gastar bem os recursos que recebem do governo. Por isso as mulheres são tão importantes para a execução de determinadas políticas públicas. Se elas gastarem mal o dinheiro que recebem do Bolsa Família, por exemplo, todo o esforço da nação em bancar esse benefício terá sido um desperdício. Contamos com as mães brasileiras para que isso não ocorra.

 Texto de Rosana Félix- Gazeta do povo


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