Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff, Presidenta da República Federativa do Brasil; Excelentíssimo Senhor Alexandre Padilha, Ministro da Saúde; Excelentíssimo Senhor Sérgio Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro e Excelentíssimo Senhor Eduardo Paes, Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro,
Meu desejo é que estejam bem em todas as coisas e gozando de boa saúde física e espiritual, assim como bem vão as vossas almas.
Meu nome é Jovam Brasil. Fiz dia 11/04 (onze de abril) 62 anos, sou casado há 35 anos, tenho 3 filhos e 8 netos, graças a Deus, criei bem a minha família dentro de minhas condições.
Trabalho desde os meus 13 anos de idade, criado ao modelo antigo, nunca dei problemas para meus pais. Hoje aposentado, por tempo de serviço, porém, continuo trabalhando, até porque preciso mesmo, pois o valor de minha aposentadoria R$765,47 (setecentos e sessenta e cinco reais e quarenta e sete centavos) não suporta as minhas despesas, que só de remédios gasto R$250,00 (duzentos e cinquenta reais) mensalmente. Sofri uma cirurgia de coração há sete anos, com quatro pontes safena e uma mamária, e tenho administrado bem isto até agora.
Senhores,
Quero participar-lhes um fato que aconteceu comigo que não se pode aceitar a nenhum brasileiro, afinal o nosso País é rico e tem boas condições para atender os seus filhos.
Quero participar-lhes um fato que aconteceu comigo que não se pode aceitar a nenhum brasileiro, afinal o nosso País é rico e tem boas condições para atender os seus filhos.
Com 40 anos de profissão me orgulhava de nunca ter me acidentado no trabalho, mas no dia 5 de abril do corrente ano sofri um acidente, prestando serviço na cidade do Rio de Janeiro. Ao cortar um pedaço de madeira, a serra deu um tranco de repente e acabou pegando o meu polegar da mão esquerda, o qual foi decepado o osso na sua totalidade, ficando preso à mão pela cartilagem do lado das digitais, portanto o dedo ficou pendurado.
Fui até uma UPA mais perto, a 5 minutos de carro do local em que estava e uma médica viu e disse: Aqui não podemos fazer nada, vá até o Hospital Souza Aguiar. Passei pela portaria da UPA, muito cheio de sede, fui até o bebedouro, não tinha copos, e a atendente me disse: também não adianta ter copos, não tem água, o garrafão está vazio.
Parti para o Hospital Souza Aguiar, na portaria, primeiro me exigiram que fizesse a ficha e depois fui encaminhado ao setor de atendimento urgente às 13h30min. Quando o setor me atendeu já eram 14h20min, então o médico atendente olhou e me mandou para o raio x, onde a demora foi de mais uma hora, portanto já eram 15h30min. Desci até o setor de ortopedia, onde levei mais de uma hora para ser atendido. Os médicos, muito legais, simpáticos e conversamos numa boa, porém alegaram que não tinham sala desocupada para me atender, pois eu teria que ser internado e precisavam de uma sala especial, porque eu teria que tomar anestesia geral e seria uma cirurgia complicada.
Veio até a mim às 17 horas, uma senhora funcionária do hospital, para me preparar para a cirurgia, trocou minhas vestes, colocou-me as roupas do hospital e conversando comigo de uma maneira muito descontraída disse: Olha Sr. Jovam, os médicos vão dizer para o senhor que não tem sala desocupada para atendê-lo, mas pode ir lá em cima ver, tem sala livre sim, e os médicos e anestesistas sentados batendo papo e tomando cafezinho e não querem saber de nada, alguns não querem isso, mas estão sendo obrigados a aceitar essa situação. Já estou neste hospital há dez anos e gosto do que faço, mas estou enojada do que vejo aqui durante todos esses anos.
Fiquei esperando atendimento até às 20 horas, e tentando negociar com o médico que me atendeu para que me desse uma autorização de saída do hospital, e ele me citando nome de uns quatro ou cinco hospitais da cidade me disse que não adiantaria coisa alguma, que ali no Souza Aguiar era o melhor. Pois bem, eu lhe disse que se estivesse em Petrópolis, minha cidade, eu já teria sido atendido, já teria feito a cirurgia. E a resposta do médico: Não duvido, mas aqui no Rio, NÃO.
Fiquei dentro do hospital das 13 horas até às 20 horas e tudo que consegui nesse tempo, foi um raios-X da mão, uma injeção contra dor e uma injeção contra tétano. E um médico que ficou nervosinho comigo quando lhe cobrei a demora do atendimento.
Tomei a melhor decisão, a que deveria ter feito na hora em que me acidentei, juntei as minhas roupas num saco plástico e sai de porta a fora do hospital com a roupa vergonhosa deste, onde só tapa a frente do corpo, e por causa do grande movimento na estrada em véspera de feriado levamos 2 horas e 30 minutos para chegar ao hospital em Petrópolis, onde prontamente fui atendido.
O que mais me intriga em tudo isso é chamarem a cidade do Rio de Janeiro de Cidade Maravilhosa. Não sei se algum dia foi maravilhosa, mas diante do que conheço desta cidade e posso dizer isso porque a minha vida quase toda trabalhei no Rio, nunca vi nada de maravilhoso, a não ser os pontos turísticos, que conheço bem, mas também são pontos de ladrões, salteadores e aproveitadores.
É esse o nosso País que vai sediar a copa do mundo e também as olimpíadas. E o Rio de Janeiro também vive uma disputa constante, em toda a sua história, com São Paulo, e a única coisa em que essa cidade supera São Paulo é em insubordinação, insegurança, bagunça, assalto e desonestidade. O que se consome no Estado do Rio em sua grande parte vem de fora, principalmente de São Paulo, porque São Paulo mostra que trabalha.
Qualquer ator famoso, político importante, ou algum ricaço, quando precisam de tratamento de saúde vão para São Paulo, porque no Rio não tem condições. Não porque não tenha dinheiro, mas porque não tem respeito pelo seu povo, não há vontade política, nunca houve desejo de mudanças; dinheiro tem, o nosso País é rico e o Estado do Rio também o é. O que nos falta é gente séria, honesta e trabalhadora, principalmente no meio político. Gente que prometa e cumpra, gente que possa se orgulhar do seu trabalho no final do seu mandato.
Em minha cidade, a querida Petrópolis, fui muito bem atendido, tive o dedo reimplantado e estou em plena recuperação, dou graças a DEUS que foi misericordioso para comigo e me socorreu e parabenizo, agradecido, ao médico que me atendeu, foi muito eficiente e ainda está sendo muito atencioso na minha recuperação. Minha oração é que DEUS o recompense.
Este é o meu desabafo, não aceito, que uma cidade como RIO DE JANEIRO, onde se orgulham de tanta coisa, (orgulho besta) não tenha um hospital público, digno do seu povo. Conheci o Hospital Souza Aguiar todo, ali por dentro. Parece mais uma favela, daquelas bem pobres de beira de riachos, onde tudo é construído com sobras de materiais já descartados, enfim, umas portas caindo, arrebentadas, faltando pedaços, piso com defeito, paredes arrebentadas, bebedouros quebrados e um atendimento horroroso, bem digno de um orgulho besta de um cidade chamada de maravilhosa. Acho isto tudo muito vergonhoso, para uma cidade em que na sua unanimidade, chamam-na MARAVILHOSA. Onde está a maravilha? Fosse eu prefeito desta cidade morreria de vergonha e/ou então trabalharia seriamente para mudar este quadro. A cidade do RIO de JANEIRO é como um barraco de pobre onde se presta muita atenção num buraco em que entra o cachorro do vizinho, mas abandona o buraco do rato que destrói a casa. Fala-se muito em UPP, mas abandonam o restante da cidade.
O ex-presidente José Sarney, foi muito bem atendido em SÃO PAULO, pelo menos é do que temos sido informados. Mas em que o senhor SARNEY é melhor do que eu? É um brasileiro? Eu também o sou. É um trabalhador? Eu também o sou. É um chefe de família? Eu também o sou. Tem ficha limpa, é um cidadão honrado, trabalha em favor da nação? TAMBÉM EU!!!!!
Como cidadão, filho desta Pátria, escrevo esta carta protestando, mas desejando que este quadro mude, que as leis constitucionais se cumpram, onde se diz que todo cidadão tem direitos iguais. Não só no RIO DE JANEIRO, onde trabalhei quase que toda minha vida, mas em toda a Nação. Rio de Janeiro, será uma cidade maravilhosa, quando der maior atenção para o seu povo, principalmente na área de saúde, que é uma vergonha e também na educação.
Nossas autoridades precisam sair de dentro dos palácios e sentir a dor do povo.
Que as bênçãos do ETERNO DEUS, criador de todas as coisas, sejam convosco e com todas as autoridades constituídas neste BRASIL.
Deixo, respeitosamente o meu abraço e a honra que lhes é devida com muito carinho.
Um comentário:
Presenciei isto anteontem (13/05/2012) no PA faltavam aproximadamente 45 minutos para terminar o seu Plantão quando ficou escrevendo ( o paciente já havia saído) a mais de 5 minutos porém continuou a escrever. Estava acompanhado pela uma Professora, e diga de passagem também sou Professor. De-repente chegou um caso de emergência e aí acabou não iríamos ser atendido até o próximo Plantão. O médico chegou a aproximadamente as 19hs e 45 min. O impasse surgiu o nosso problema não era prioridade (e nem havíamos passado por uma triagem). Liguei imediatamente a um Vereador (conforme havia escrito em posts anteriores. Em nenhum momento pedi para que ele ligasse e pedisse para que fosse atendido. A mãe da Professora que estava comigo é uma guerreira entrou no consultório e pediu com educação para que a filha fosse atendida e a mim também. Fui até a triagem e fiz vários exames e até raio-X, porque já faz aproximadamente mais de duas semanas que estou com tosse e febre (indo e vindo). Na TV tem uma propaganda que pedi a quem está a mais de uma semana tossindo deve procurar um médico. Fui com medo mais fui. Resumindo o médico foi embora e só fomos atendidos depois das 21 horas e olha que estava com minha esposa, meu filho e minha sogra (ficaram esperando lá fora). Minha inguinação é que somente depois que o Vereador apareceu passaram a atender. Quando não forem atendidos peçam o atestado de comparecimento, porque a Professora recebeu uma resposta (ela havia vindo no dia anterior) e foi embora as 24 horas. A enfermeira perguntou porque você foi embora ontem eu te chamei e você não estava. Por isso devem pedir este atestado para isto não acontecer (não sei se podem fazer, anotar um horário ou desistente em horas diferentes, mas isto deve ser verificado). Desabafo de um Professor ...
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