segunda-feira, 26 de março de 2012

Idosos ao volante, quais os riscos?!

Sábado ao conduzir pela Avenida Wilson Alvarenga, percebi que o condutor que trafegava à minha frente estava um tanto quanto “perdido”.  No meio da pista, o mesmo sinalizava para direita e para a esquerda sucessivamente, porém sem tomar nenhuma iniciativa. Cheguei a piscar os meus faróis no sentido de “situá-lo”, uma vez que o mesmo havia me fechado por três vezes, mas, ele se quer percebeu... Parecia estar procurando por alguém pela avenida. Ao parar paralelamente a ele no sinal pude perceber que se tratava de um idoso.

Longe de ser preconceituosa, mas, todos nós sabemos à medida que envelhecemos, há naturalmente uma diminuição do potencial do cérebro.

Sabe-se também que com o envelhecimento, até os guias mais habilidosos sofrem com o declínio das habilidades senso-motoras, que tem impacto em todas as atividades desempenhadas, dentre elas o dirigir. Um idoso no volante não tem o mesmo tempo de reação, a mesma concentração ou visão noturna e periférica de quando era um jovem motorista.

Os problemas de saúde que acompanham os idosos, também podem contribuir para o mau desempenho deles ao volante.  De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), a hipertensão e os problemas na visão, nas articulações e na musculatura podem fazer com que o idoso tenha de reduzir o uso do carro ou até deixar de dirigir.

Também sabemos que deixar de dirigir em função da idade tem um impacto sempre significativo na vida de das pessoas, mesmo daqueles dirigem de vez em quando. Muitos acreditam que o fato é uma limitação da liberdade ou um tipo de atestado de invalidez.

No nosso Código de trânsito não consta uma idade limite para parar de dirigir, mas a partir dos 65, os exames se tornam periódicos, justamente pelo fato de que, mesmo sendo mais cauteloso, a taxa de mortalidade entre idosos que sofrem acidentes é mais alta do que a de jovens, pelo fato de terem menos reservas de osso, sangue, por complicações na recuperação e doenças decorrentes.

Não estou querendo fazer apologia à juventude, inclusive, a meu ver, os idosos possuem um comportamento mais educado em relação aos jovens e quase sempre praticam a direção defensiva. Porém, quero chamar a atenção dos mesmos quanto às limitações naturais. Meu pai, por exemplo, na casa dos 70, é um ótimo motorista, mas não gosta de dirigir a noite, justamente por reconhecer os seus limites.

O importante é aceitar e reconhecer o momento de parar.

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